2009-12-20

Abordagem Policial

Em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, chamada Vacaria, onde resido, em um domingo comum e pacato para a cidade, presenciei um movimento intenso de policiais nas ruas, algo que deveria ser motivo de tranquilidade pode acabar em incômodo e bastante indignação.

Não discordo de que haja abordagens por parte da polícia para prevenir e amedrontar bandidos, mas uma coisa que me intriga muito é o fato de sempre responderem que o meliante era suspeito e que resistiu à abordagem.


Aqui, vi dois homens serem abordados por dois policiais, um deles muito autoritário se achando o supremo homem da lei, e ao tentar uma abordagem corriqueira, depararam-se com um rapaz que preferia não colocar suas mãos ao muro próximo e abrir as pernas para uma vistoria qual o policial sugeriu que estivesse com drogas e/ou armas.

O homem retirou sua camisa em praça pública, virou-se de costas para mostrar que não estava armado e mesmo assim o policial insistia de maneira estúpida e arrogante, em que o indivíduo pusesse suas mãos ao muro, enquanto o outro rapaz já o havia feito.


O que venho a refletir aqui, não é se deve-se ou não abordar pessoas comuns, mas da forma com que deve ser feito e principalmente pelo modo com que os policiais "suspeitam" de alguém que é suspeito para abordar.

Os dois rapazes eram pobres, negros, sujos e estavam usando trajes velhos e chinelos.

Esse é o tipo de "comportamento suspeito" de que a polícia tanto trata. Tente lembrar-se de uma abordagem a algum homem ou mulher bem apresentáveis visualmente, com roupas de marca e bem penteados. 

A maioria dessas abordagens é sim feitas à pessoas pobres e malvestidas, sem falar em inúmeros casos em que a cor do cidadão também é levada em conta. Não é um "racismo" com a cor do cidadão, e sim um pré-conceito de que pobre e preto é ladrão, e acredite, boa parte dessas pessoas já foram abordadas e de uma forma nada gentil e por isso não tem interesse nenhum em colaborar com pessoas, que na visão deles, não está os ajudando em absolutamente nada.


Como disse anteriormente, não estou defendendo o fim das abordagens, mas tente refletir um pouco sobre a causa que leva os cidadãos menos favorecidos a desacreditar nas "forças" que deveriam guardar por nossa segurança.


Alguém que quer ser respeitado, primeiro deve respeitar.



Exemplo de abordagem citada

Parte 1


Parte 2


Este vídeo mostra um policial da forma mais educada possível (porque era apenas uma simulação), demostrando a forma correta de abordar e de ser abordado em caso de motoristas.



Hesron Hoffmann Hori é do tipo mauricinho, playboy, se veste bem e é branco. Rouba milhões de pessoas menos favorecidas que ele e nunca foi abordado por nenhum policial.

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